Um surto de hepatite C entre pacientes renais da Santa Casa de Misericórdia de Campos, atestado no último dia 28 pela Secretaria de Estado de Saúde em visita técnica à unidade, chamou a atenção para as possíveis formas de transmissão da doença. De acordo com o secretário municipal de Saúde, Paulo Hirano, o vírus HCV, do gênero Hepacivirus, teria contaminado nove pessoas durante procedimentos de hemodiálise. A Santa Casa nega.
De acordo com o Ministério de Saúde, a transmissão do HCV pode ocorrer de diferentes formas, incluindo durante a realização de procedimentos invasivos, como hemodiálise, cirurgias e transfusão, sem cuidados de biossegurança. Outras formas de contaminação mais comuns incluem: contato com sangue contaminado, pelo compartilhamento de agulhas, seringas e outros objetos; e reutilização ou falha de esterilização de equipamentos médicos, odontológicos, de manicure e de material para realização de tatuagem.
A doença é caracterizada por um processo inflamatório persistente no fígado, que pode se manifestar na forma aguda ou crônica, sendo esta segunda a forma mais comum. O surgimento de sintomas em pessoas com hepatite C é muito raro. Cerca de 80% dos pacientes não apresentam qualquer manifestação. Em geral, a doença é descoberta na fase crônica. Normalmente, o diagnóstico ocorre após teste rápido de rotina ou por doação de sangue.
O tratamento da hepatite C é feito com os chamados antivirais de ação direta (DAA), que apresentam taxas de cura de mais 95% e são realizados, geralmente, por 8 ou 12 semanas.
Pessoas infectadas pelo HCV podem receber tratamento pelo SUS. O médico, tanto da rede pública quanto suplementar, poderá prescrever o tratamento seguindo as orientações do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite C e Coinfecções (PCDT Hepatite C). Os pacientes na fase inicial da infecção podem ser tratados nas unidades básicas de saúde, sem a necessidade de consulta na rede especializada para dar início ao tratamento.
“Muitas vezes a hepatite C se mantém assintomática por um longo período e acaba sendo diagnosticada por um exame de rotina ou por doação de sangue. Por isso, acaba frequentemente descoberta em sua fase crônica. Após o diagnóstico, o paciente deverá ser encaminhado para ambulatório de referência e iniciar terapia medicamentosa gratuita ofertada pelo SUS, buscando a cura e a involução da progressão da doença”, diz a médica infectologista Andreya Moreira.
Posicionamentos — O diretor geral da Santa Casa de Misericórdia de Campos, Cleber Glória, falou à imprensa sobre os casos de hepatite C. Ele negou que a contaminação tenha ocorrido na unidade, afirmou que os pacientes vêm do Hospital Ferreira Machado (HFM) e do Hospital Geral de Guarus (HGG) e que o tempo de incubação da doença é de até dois meses.
A secretaria municipal de Saúde, no entanto, reforçou a conclusão da Secretaria de Estado de Saúde de que houve surto da doença no setor de Hemodiálise da Santa Casa e afirmou que continuará “monitorando e interferindo na assistência plena aos pacientes”.
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