A juíza Vanessa Cavalieri, da Vara da Infância e da Juventude da Capital, participou nesta segunda-feira (15/5) da palestra “Diga NÃO à violência escolar – Segurança Digital”, promovida pelo Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) do Méier com profissionais da área de Educação do município e do estado do Rio de Janeiro. A magistrada foi recebida pela juíza Cláudia Márcia Gonçalves Vidal, coordenadora do Cejusc do Méier e do V Juizado Especial Criminal e pelo promotor Bruno Santos Guimarães para discutir sobre a segurança na internet.
O objetivo do encontro foi debater métodos de prevenção a ataques contra as escolas. Segundo a magistrada, a internet, através das redes sociais, é um caminho que muitos alunos procuram quando sofrem bullying, transtornos psiquiátricos e problemas emocionais. “Muitas crianças e adolescentes procuram a internet para não se sentirem invisíveis. Eles não se sentem sozinhos numa rede social. Pelo contrário, se sentem em ambiente seguro, pois estão dentro do quarto deles de portas fechadas. O perigo é que encontram grupos que planejam ataques em escolas e acabam se envolvendo direta ou indiretamente”, alertou a juíza.
De acordo com a magistrada, é importante dar visibilidade a problemas que muitas vezes passam despercebidos ou não são atendidos de uma maneira rápida e encaminhados para a rede de saúde. A escola pode ajudar de uma maneira efetiva e rápida os estudantes que pedem ajuda, muitas vezes de forma silenciosa alertando os pais.
“Há muitos anos, a violência sexual não era vista como é hoje, onde todos estão mais atentos e uma rede funciona com maior celeridade. Queremos que alunos que apresentem sintomas de saúde mental, que podem levar a outros tipos de violência, sejam detectados. Queremos implantar a cultura de paz, com olhar inclusivo e uma rede interdisciplinar integrada”, explicou a juíza.
Os 25 representantes de escolas que estavam presentes apontaram algumas dificuldades enfrentadas por toda a comunidade escolar ao levarem as questões para os pais, mas logo foram orientados pela juíza Vanessa Cavalieri a procurarem o Conselho Tutelar e/ou o Ministério Público, em caso de dificuldade.
A juíza Vanessa Cavalieri esclareceu que o protocolo de prevenção a ataques contra escolas diz respeito ao combate ao bullying, à inclusão e à saúde mental dos alunos.
“Quanto mais saudável emocionalmente o ambiente escolar for, mais a gente vai conseguir evitar que a violência perpasse os muros das escolas”, avalia.
A magistrada também ressaltou a importância da implantação das práticas da justiça restaurativa, como a formação de uma turma de facilitadores formados pelo Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec), do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, para atuar integrando a comunidade à escola.
SV/MB