Uso crescente dos cigarros eletrônicos traz preocupações

Segundo Inca, pelo menos 7% dos jovens brasileiros já experimentaram o vape

O Brasil, assim como muitos outros países, vem enfrentando uma crescente preocupação com o uso dos cigarros eletrônicos, também conhecidos como vape. Enquanto esses dispositivos ganham popularidade, uma série de malefícios à saúde está emergindo, trazendo consigo números alarmantes que exigem atenção urgente. O uso dos cigarros eletrônicos surgiu como uma alternativa “mais segura” ao tabagismo tradicional, o que, segundo o médico Ivan Azevedo, é um equívoco.

“O vape de forma alguma é mais seguro. A fumaça inalada através de vaporizadores também contém milhares de substâncias tóxicas que aumentam o risco de desenvolver câncer e doenças pulmonares como o enfisema, fibrose e vasculites”, alerta o cirurgião torácico.

De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima-se que cerca de 7% dos brasileiros já tenham experimentado o vape, e esse número continua crescendo, principalmente entre os jovens. A facilidade de acesso a esses produtos por meio da internet e sua ampla disponibilidade em lojas físicas tem contribuído para esse aumento.

O cigarro eletrônico se tornou especialmente popular entre os jovens, criando uma geração mais propensa ao vício em nicotina e ao risco de futuros problemas de saúde relacionados ao tabagismo. Segundo especialistas, eles contêm altas concentrações de nicotina, tornando-os muito viciantes. Isso pode levar a um aumento do consumo de nicotina, prejudicando a saúde mental e física dos usuários.

A decisão de parar

Ivan Azevedo chama atenção para um dado alarmante. Ele, como cirurgião torácico, chegou a fazer mais de 30 cirurgias de câncer de pulmão em um mês em Campos. Ele ressalta que o conselho aos fumantes é que tentem se libertar do vício o quanto antes.

Cirurgião | Ivan Azevedo

“O primeiro passo para parar de fumar deve ser o desejo do paciente. Nesses casos, o ideal é procurar um pneumologista, que irá, através de exames clínicos e testes funcionais, individualizar o atendimento e prescrever as medicações necessárias. A atuação multiprofissional como grupo de tabagismo também é de extrema importância em alguns casos”, aconselha o médico.

Programa

Campos conta com o Programa Municipal de Combate ao Tabagismo, que funciona na sede da Secretaria de Saúde, que fica na Rua Voluntários da Pátria, 175, Centro. O telefone para obter informações sobre o programa é (22) 98173-0462.

O programa tem 314 inscritos. Os pacientes passam por triagem, sessões estruturais de Abordagem Cognitiva Comportamental (ACC), palestras informativas, além de acompanhamento.

Cigarro não é o único vilão

Ivan Azevedo chama atenção para outros tipos de fumo, que também são altamente prejudiciais à saúde: “A ideia de que apenas o cigarro é o vilão das doenças causadas pelo fumo é errada. Outros tipos de tabagismo, como uso de maconha ou narguilé, por exemplo, também aumentam o risco do desenvolvimento de doenças cardiovasculares e pulmonares crônicas. Embora pareça inofensivo fumar um narguilé, ele equivale a fumar cem cigarros”, alerta o cirurgião.

Além do fumante, os males do cigarro afetam quem fica por perto de quem utiliza o tabaco, são os chamados “fumantes passivos”. “Fumante passivo é o não-fumante que convive com fumantes em ambientes fechados, ficando, assim, exposto aos componentes tóxicos e cancerígenos presentes na fumaça do tabaco, que contém basicamente a mesma composição da fumaça tragada pelo fumante. Em curto prazo, o fumante passivo apresenta irritação nos olhos, tosse e sintomas de alergia respiratória. Em médio e longo prazos, corre o risco de desenvolver as mesmas complicações que o fumante de fato, principalmente quando são submetidos à fumaça em locais fechados”, diz o médico.

O NABALANCANF APENAS REPOSTA A NOTÍCIA QUE SE FEZ PÚBLICA SEM TECER QUALQUER COMENTÁRIO A RESPEITO DA MATÉRIA OU SE RESPONSABILIZAR PELA MESMA. TEM O CUNHO MERAMENTE INFORMATIVO.
Via
SAÚDE POR CLÍCIA CRUZ
Fonte
JORNAL TERCEIRA VIA

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