A pintura “Orixás”, da artista plástica Djanira da Motta e Silva, deve voltar a ser exposta no Salão Nobre do Palácio do do Planalto no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
No primeiro ano de Jair Bolsonaro, a obra de arte de 3,61 metros de largura por 1,12 metros de altura, datada dos anos 1960, foi levada à reserva técnica da Presidência da República.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro é evangélica e, segundo relatos de assessores presidenciais da época, a retirada foi feita por decisões de funcionários palacianos para agradá-la. A tela traz representações de divindades do candomblé.
A Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, no entanto, negou na época que a retirada da obra de arte tenha tido motivação religiosa.
Em evento de posse, na terça-feira (3), da cantora Margareth Menezes como ministra da Cultura, a primeira-dama Rosângela Silva, a Janja, anunciou que pretende voltar a expor a pintura na sede administrativa do governo federal.
“Eu quero dizer que o quadro da Djanira, ‘Orixás’, vai voltar ao local ao qual ele pertence, que é o Palácio do Planalto. Ele estará em exposição em janeiro e depois retornará ao Palácio do Planalto”, disse.
A obra chegou também a ser retirada do Palácio do Planalto a pedido do ex-presidente Ernesto Geisel, que era luterano, durante a ditadura militar.
Ele só voltou à sede do governo anos depois, graças então primeira-dama Ruth Cardoso, que foi esposa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Além de “Orixás”, a expectativa é de que outras peças sacras da Presidência da República voltem ao Palácio da Alvorada.
Além disso, o setor de Patrimônio Público da Presidência da República também deve renovar estofados de cadeiras e sofás e restaurar móveis.
O processo de renovação é comum na troca de comando do Poder Executivo.
O período de troca do mobiliário e varredura da Polícia Federal em busca de escutas e grampos deve levar Lula e Janja a se mudarem para a residência oficial da Presidência da República apenas em fevereiro.