Visitas e palestras no Palácio da Justiça.
Em continuidade à série de encontros entre a academia e a exposição 1 julgamento, 4 línguas: os pioneiros da interpretação simultânea em Nuremberg, o Tribunal de Justiça de São Paulo realizou, nesta semana, novas palestras e visitas monitoradas à mostra. Na segunda-feira (20), foi a vez da Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie, com abertura realizada pelo desembargador Carlos Otávio Bandeira Lins. Na quinta-feira (23), aconteceu a palestra Uma perspectiva histórica da interpretação simultânea, ministrada pelos professores e pesquisadores Francesca Gaiba e Jesús Baigorri Jalón, respectivamente da Northwestern University (EUA) e da Universidade de Salamanca (Espanha). Os eventos aconteceram no Salão do Júri do Palácio da Justiça, seguidos de visitas à exposição, no Salão dos Passos Perdidos.
No primeiro dia, o desembargador Bandeira Lins falou aos alunos sobre o trabalho no TJSP e sobre a importância do Tribunal de Nuremberg, destacando que, “graças à presença dos intérpretes, os acusados tiveram um julgamento como seres humanos”. O magistrado também parabenizou a instituição pelos 70 anos da Faculdade de Direito. Em seguida, a professora Andréa Negrada, integrante da Associação Profissional dos Intérpretes de Conferência (APIC), fez apresentação sobre a origem da exposição.
O professor do Mackenzie, Flávio de Leão Bastos Pereira, que é pós-doutor em Direitos Humanos e Novas Tecnologias pela Universidade de Reggio Calabria (Itália), contou a origem histórica do julgamento de Nuremberg e sua influência para o Direito Penal Internacional e para os Direitos Humanos. Em seguida, a professora Eloísa Arruda, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), narrou sua experiência como promotora no Tribunal Especial para o Timor Leste.
A palestra de hoje (23) – Uma perspectiva histórica da interpretação simultânea – foi conduzida pelo 1º vice-presidente da APIC, Paulo Liégio. Francesca Gaiba falou sobre sua dissertação de graduação, ocasião em que contatou os intérpretes que atuaram no julgamento de Nuremberg após encontrar alguns nomes em jornais da época. “Com isso, comecei a fazer pesquisas em uma série de diretórios, encontrei alguns endereços e enviei cartas”, conta a professora ao relatar o desafio de fazer uma pesquisa sem fontes em livros ou outros trabalhos.
Jesús Baigorri-Jalón falou sobre as origens da tradução simultânea e dos equipamentos utilizados. Destacou que o Tribunal de Nuremberg foi a primeira ocasião em que se realizou tradução em quatro idiomas e que não existiam profissionais suficientes para atuar no julgamento. “Muitos deles não trabalhavam como intérpretes, fizeram isso só durante o julgamento. Alguns eram jornalistas ou advogados, que logo depois voltaram para suas atividades originais”, conta o professor ao explicar porque entende que evento não pode ser considerado como uma prática profissionalizante.
Amanhã (24) será realizada, no Salão do Júri, palestra da Escola Paulista da Magistratura (EPM) sobre o Tribunal de Nuremberg, com a participação do ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer; da professora da Faculdade de Direito da USP, Elza Boiteux; do desembargador Marcos Alexandre Coelho Zilli, que também é professor na USP; e da jurista Sylvia Helena de Figueiredo Steiner.
Exposição
A exposição “1 julgamento, 4 línguas: os pioneiros da interpretação simultânea em Nuremberg” traz à tona as atrocidades cometidas pelo Terceiro Reich durante a Segunda Guerra Mundial e que foram reveladas à humanidade e julgadas pelo Tribunal Militar Internacional graças à primeira interpretação simultânea oficial realizada no mundo, durante o Julgamento de Nuremberg, na Alemanha. A mostra, organizada pela Associação Internacional de Intérpretes de Conferencia no Brasil – Brasil (AIIC) e pela Associação Profissional de Intérpretes de Conferência (APIC), pode ser visitada até 10 de abril, de segunda a sexta-feira, das 13 às 17 horas (Praça da Sé, s/nº, 2º andar, no Salão dos Passos Perdidos).
Comunicação Social TJSP – GC (texto) / KS e PS(fotos)
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