As imponentes portas da Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro se abriram neste sábado (24/8) para acolher 160 casais prontos para selar suas histórias de amor perante a lei e a fé. Na maior edição do Casamento Comunitário do ano, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) transformou uniões estáveis em matrimônios oficiais.
O eco das vozes emocionadas preenchia a nave central da Catedral, enquanto casais como Diego Júlio e Glenda, companheiros há 18, aguardavam o momento de dizer o tão sonhado “sim”. Para muitos, era a realização de um sonho longamente acalentado.
“Hoje, vemos o filme de toda nossa história passar diante dos olhos”, compartilhou Glenda, emocionada. Ao seu lado, Diego complementou: “Ela é minha companheira de batalha do dia a dia. Com ela, tenho a confiança e a estrutura que preciso para enfrentar qualquer desafio.”
Para muitos dos presentes, como Maylon e Silvania, juntos há 14 anos, o dia representou mais do que uma mudança de status civil. “Ela é o pilar da nossa família”, afirmou Maylon, enquanto sua, agora, esposa respondia com um sorriso radiante e palavras simples, mas carregadas de emoção: “Estou muito feliz.”
Mais do que uma celebração, a cerimônia representou um ato de justiça social. O juiz Gilberto Abdelhay, um dos dez magistrados que participaram do evento, destacou o papel do Judiciário.
“Esta é uma forma de o Tribunal estar mais próximo da população. Uma pessoa que vive em união estável fica sujeita a uma série de questionamentos que uma pessoa casada não tem. Hoje, estamos proporcionando segurança jurídica a essas famílias.”
A juíza Lysia Maria da Rocha Mesquita acrescentou: “Normalmente, em um tribunal, pelo menos uma pessoa sai insatisfeita com uma decisão judicial. Aqui, todos estão felizes. Estamos reconhecendo e fortalecendo laços que já existiam no coração desses casais.”
O desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo, presidente do TJRJ, acredita que o evento transcende a mera formalidade legal. “Estamos testemunhando a consagração de histórias de amor, companheirismo e superação. É a justiça abraçando o afeto e promovendo a dignidade.”
A cerimônia contou com a presença das magistradas Débora Sarmento, Maria Aparecida da Costa Bastos, Lysia Maria da Rocha Mesquita, Ane Cristine Scheele Santos e Cláudia Maria de Oliveira Motta, além dos magistrados Antônio Luiz da Fonseca lucchese, Gilberto Abdelhay, Vitor Moreira Lima e José Maurício Helayel Ismael e de integrantes da Secretaria Geral de Sustentabilidade e Responsabilidade Social (SGSUS). O Coral Amigos do TJRJ também participou da iniciativa.
FB/MB
Fotos: Brunno Dantas / TJRJ