Desde que o prefeito Wladimir Garotinho anunciou no primeiro dia de maio a realização de concurso público para a Prefeitura de Campos dos Goytacazes em 2023, surgiram expectativas e questionamentos. São 378 vagas para sete cargos de níveis superior e médio para Secretaria de Fazenda, Secretaria de Transparência e Controle, Guarda Civil Municipal e Fundação Municipal da Infância e Juventude: educador social, guarda, fiscal de tributos, técnico fazendário, contador, analista de controle interno e assistente de controle interno. O edital deverá ser divulgado até o fim de junho e as provas serão aplicadas até dezembro, segundo o secretário de Administração, Wainer Teixeira.
A maioria das vagas oferecidas no concurso da PMCG é destinada à Guarda Civil Municipal (195). Em seguida, para educador social (96); fiscal de tributos (36); contador (21); técnico fazendário (20); assistente de controle interno (6); e analista de controle interno (4). Para as funções de guarda civil, educador social, técnico fazendário e assistente de controle interno o grau de escolaridade é nível médio. Já nas carreiras de fiscal de tributos, analista de controle interno e contador, será exigido nível superior dos candidatos.
“Nós temos 96 vagas para o cargo de educador social, função criada para atender a Fundação Municipal de Infância e Juventude. São 195 vagas para GCM. A Secretaria de Fazenda necessita de 36 servidores para o cargo de fiscal de tributos municipais e 20 técnicos fazendários. A Secretaria de Transparência requer 21 contadores, quatro analistas e seis assistentes de controle interno. Nossa expectativa é de que demandaremos o mês de maio para o processo licitatório da empresa que fará o concurso, e das leis que serão encaminhadas à Câmara Municipal com duplo objetivo: criar cargos que não existem, como é o caso do educador social; e também para extinguir cargos”, explica Wainer Teixeira.
De acordo com o secretário de Administração e Recursos Humanos, além do concurso, há um trabalho meticuloso de reestruturação administrativa. “Nós abrimos esses processos no ano passado. Priorizamos essas quatro primeiras secretarias por serem áreas muito críticas. Para se ter uma ideia, a Prefeitura possuía 50 auditores fiscais, mas 48 já se aposentaram. Só há dois na ativa. Levamos em consideração o que é mais emergencial, crítico e urgente”, explica.
A função de educador social será destinada aos abrigos e programas administrados pela Fundação de Infância e Juventude. O profissional acompanhará as necessidades pedagógicas e institucionais de crianças e adolescentes assistidos pelo poder público. “Entendeu-se que o educador social é um auxiliar institucional. Foi feito um trabalho de descrição dessas atividades, amplamente discutido com os coordenadores de abrigos e chancelado pela FMIJ e pelo Ministério Público para que a gente pudesse oferecer essas vagas de nível médio de escolaridade”, destaca o secretário.
Os critérios e salários previstos para os sete cargos oferecidos no concurso público serão especificados em edital. “Neste mês a gente está fazendo os acertos, a licitação pública da empresa que vai coordenar o concurso. A expectativa é de que na segunda quinzena de junho saia o edital público do concurso. É o prazo que estabelecemos para fazer o concurso em seis meses e chamar os candidatos aprovados no final de dezembro, ou, mais provável, em janeiro”, diz Wainer.
Expectativas de candidatos
Faz dois anos que Luiz Fernando Freitas é recepcionista na Prefeitura de Campos. Aos 24 anos, ele cursa faculdade de Administração Pública. Quando soube do concurso anunciado pelo prefeito Wladimir, procurou por um curso preparatório. Investiu R$ 700 e frequenta aulas quatro vezes por semana. “Tenho interesse pela área administrativa e pela Guarda Municipal. Meus pais já falecidos eram servidores municipais. Cresci com essa influência e busco uma estabilidade financeira”, diz.
A Guarda Civil Municipal também interessa a estagiária Maria Ester Viana, de 24 anos. “Eu me formei em Administração, mas, por ser filha de um guarda civil, tenho interesse de me inscrever e ser aprovada”, conta. Para a gerente de atendimento, Carla Viana, o concurso para a GCM é uma área muito específica que dá para conciliar com outras atividades. Ela é jornalista formada e promotora de eventos:
“Estou esperando o edital. É o maior número de vagas. Isso deve atrair mais candidatos. O piso salarial é de R$ 2.146,69, mais acréscimos e benefícios com qualificação. Gostaria de ter a estabilidade que o serviço público oferece. Me sinto animada para o concurso. Faz muitos anos que a Prefeitura de Campos não promove um certame”, diz.
Thais Assis, 25 anos, é formada em economia pela UFF. Há dois anos faz estágio na Secretaria de Administração. “As áreas para as Secretarias de Fazenda e de Transparência e Controle me interessam, pois têm a ver com a minha formação. Meu estágio na PMCG caminha para o final e ser aprovada em concurso me deixaria bastante feliz”, comenta.
Com 31 anos de serviço público, a professora e pedagoga Selene Queiroz atua na área de Recursos Humanos. Ela coordena a equipe de estagiários da Secretaria de Administração e incentiva as pessoas a participarem do concurso público da Prefeitura: “Para mim, o serviço público significa crescimento pessoal e profissional. Acho muito importante a experiência do estágio no setor público. Eles aprendem e observam as carreiras que querem seguir. Quando se identificam com a atividade pública, melhor ainda, pois gera comprometimento e responsabilidade. É bom se desenvolver no cuidado com as questões públicas. Eu me sinto feliz no que faço e onde estou. Acredito no trabalho e no servir ao público”, define.
Investimento, preparo e estudos
Atualmente, a Prefeitura de Campos conta com 14.660 servidores ativos; 5.600 inativos (pensionistas e aposentados); e 8 mil prestadores de serviço (RPAs). A folha de pagamento deste mês foi orçada em R$112 milhões. Após a realização do concurso público, novos 378 servidores passarão a integrar os quadros e orçamentos municipais. Sobre salários para essas carreiras previstas no novo concurso, Wainer Teixeira adianta que todos serão anunciados no edital em junho: “Todo mundo tem um salário inicial da carreira que vai mexendo à medida que surgem letrinhas (benefícios e gratificações), promoção, inclusive promoção acadêmica. Nós já sabemos pela tabela de valores de mercado, mas nós vamos anunciar oficialmente em junho”, define.
Reestruturação
Wainer volta a destacar que o concurso público faz parte de um projeto inicial de reestruturação. “Das carreiras públicas no município, este é um primeiro grupo de prioridades. Sempre digo que as premissas do trabalho da administração são três básicas: responsabilidade fiscal, planejamento e participação. Considero esse concurso um sinônimo de maturidade, significa admitir que estamos preparados para receber um time novo, que vai revigorar o time que está em ação. Como analista de RH que sou, vejo como algo muito positivo novas ideias e outras mentalidades”.
O secretário de Administração afirma que prova é treinamento e pressupõe estudo. “Recomendo ao candidato que leia bem o edital para ver no conjunto das atribuições do cargo se tem a ver com a vida e as competências dele. Antes de todo o estudo, tem que haver uma decisão de natureza pessoal. Aí, é se dedicar ao conteúdo programático da prova. Tem que tirar um tempo para estudar e analisar. Eu não acho que prova seja difícil, mas dá trabalho se dedicar aos conteúdos. Eu sou uma pessoa muito otimista”, finaliza Wainer.