No dia 04 de fevereiro, o Comitê Permanente de Equidade Racial e de Gênero da SJRJ promoveu uma visita mediada à exposição “Pretagonismos no Acervo do Museu Nacional de Belas Artes”, no Espaço Cultural do BNDES, localizado na Av. Chile, Centro/RJ. Participaram da atividade o presidente do Comitê, dr. Carlos Adriano Bandeira (juiz substituto da 4ª VFCr); membros do Comitê, do Coletivo Negro da Justiça Federal do RJ, demais servidores e convidados. A mostra reabriu o Espaço Cultural do BNDES, após ter ficado quatro anos fechado para reformas.
A visita foi conduzida pelo coordenador do Setor de Mediação e historiador, David Alfredo. Durante o percurso, os participantes aprofundaram o debate em torno do apagamento da relevância histórica de artistas negros na construção da arte e cultura do país. Entre as várias histórias narradas, ele citou a do escultor e urbanista negro Mestre Valentim. Filho de um fidalgo português, ele foi o primeiro a criar obras concebidas com a linguagem neoclássica no Brasil, como o Chafariz da Praça XV e as do Passeio Público.
Azul real
Durante a visita, o grupo também pode conhecer o trabalho de artistas que vêm consolidando novas narrativas em torno da questão racial, como a do soteropolitano Brendon Reis. Na obra “Cesar Coral”, ao utilizar as cores azul e dourado, o artista enaltece a força e a realeza da negritude, ao mesmo tempo em que faz uma denúncia ao olhar racista.
A visita também foi uma oportunidade para apreciar as obras de Ana das Carrancas, enquadrada na categoria de “Arte Popular”, e Maria Auxiliadora, artista plástica e empregada doméstica, cuja obra passou a ter notoriedade depois que um cônsul americano adquiriu um de seus quadros entre as décadas de 1960/70. Peças valorizando a religiosidade afro-brasileira e as produzidas dentro do contexto da saúde mental também foram comentadas durante a visitação.
A exposição “Pretagonismos” fica em cartaz até o dia 14 de fevereiro, de segunda a sexta-feira, das 10h às 19h. A entrada é gratuita.