Programa Rio Lilás ensina sobre violência doméstica a estudantes

“Vou falar da minha história. Lá em casa, morava eu, meu irmão, minha mãe e meu pai. Ele era carinhoso e gentil quando estava sóbrio. Mas, quando bebia, se transformava e ficava muito violento com a gente e com nossa mãe”. As palavras são do estudante Márcio Rodrigues, da Escola Municipal Rinaldo de Lamare, em São Conrado. Ele foi um dos 60 alunos das turmas da Educação de Jovens e Adultos (EJA) que assistiram à palestra sobre violência doméstica promovida pelo Programa Rio Lilás, da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Coem), nesta sexta-feira, dia 28 de novembro.

O palestrante foi o corregedor-geral da Justiça do Rio de Janeiro, desembargador Cláudio Brandão de Oliveira. Ele explicou aos presentes o que é o Rio Lilás e a importância do combate à violência. “Nosso programa procura conversar sobre uma situação preocupante, um problema que tem afetado muitas famílias e lares: a violência doméstica, que atinge meninas e mulheres, na maioria das vezes. A violência acarreta vários danos à vítima e aos outros ao redor, como os filhos”, ponderou.

Desembargador Cláudio Brandão ensinou sobre a Lei Maria da Penha e violência contra a mulher a estudantes do EJA

A realidade vivida pelo estudante não é um caso isolado, destacou a diretora da escola, Angela Paula Barros. De janeiro a julho deste ano, a Central de Atendimento à Mulher registrou mais de 86 mil denúncias. “No território em que nós estamos, essas situações são recorrentes. Acabo percebendo até uma naturalização da violência entre os alunos, talvez por falta de conhecimento. Ao vir à escola e aprenderem sobre a Lei Maria da Penha, eles podem se tornar multiplicadores desse conhecimento e contribuir para a redução da violência onde moram”.

Lei Maria da Penha 

A Lei Maria da Penha foi objeto de estudo entre os professores das seis turmas de Educação de Jovens e Adultos com o propósito de contextualizar os alunos com o assunto. Das aulas, surgiram redações e pinturas que revelaram o que os jovens pensam sobre o conteúdo. Entre os textos, está o de Miriam Maria Ferreira, que explica um dos motivos para a permanência do problema na sociedade.

“A violência contra mulheres é um problema muito frequente no Brasil e causa grande sofrimento às vítimas. Mesmo com as leis, muitas mulheres ainda são agredidas física e emocionalmente. Isso acontece porque ainda existe muito machismo na sociedade, que faz algumas pessoas acreditarem que a mulher deve ser controlada”.

              Estudantes escreveram redações e pintaram desenhos que retratam o tema da violência contra a mulher 

Após a exposição, os estudantes foram convidados a conhecer o Espaço Maria da Penha, no 5º andar do Centro Municipal de Cidadania Rinaldo de Lamare, onde a escola está localizada. Com livros, poltronas e luzes coloridas decorativas, o lugar foi planejado para acolher aqueles que buscam conhecer mais sobre o tema da violência e da Lei Maria da Penha.

Da esquerda para a direita, a estudante Miriam Maria, o desembargador Cláudio Brandão, a diretora Angela Paula e o aluno Mário Rodrigues conheceram o novo espaço lilás da escola 

KB/SF

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Fonte
TJRJ

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