Na abertura da sessão do Órgão Especial realizada nesta segunda-feira (3/2), o juiz auxiliar da Presidência do TJRJ Alberto Republicano apresentou aos desembargadores integrantes do colegiado a ferramenta de Inteligência Artificial Assis – 2º grau, criada com o objetivo de auxiliar a prestação jurisdicional dos magistrados e servidores que atuam na segunda instância.
“No início de sua gestão, o presidente Ricardo Rodrigues Cardozo, solicitou que fossem desenvolvidas ferramentas de inteligência artificial para auxiliar na produtividade do Tribunal. Então, nós desenvolvemos o Assis – 1º grau e, agora, o Assis – 2º grau. É uma ferramenta que vem para auxiliar todos os operadores do Tribunal de Justiça em contraponto à utilização da inteligência artificial pelos grandes escritórios de advocacia. Então, o produto é um assistente de Inteligência Artificial generativa que foi criado para construir minutas de decisões, sentenças e acórdãos, além de todas as outras funcionalidades como, por exemplo, o relatório do processo”, explicou.
O juiz discorreu sobre as funcionalidades da ferramenta que já está integrada ao sistema do Processo Judicial Eletrônico (PJe).
“Nós podemos fazer qualquer pergunta para o assistente que ele irá responder, como, por exemplo, se foi produzida prova pericial nos autos, ele vai apresentar. Enfim, qualquer pergunta sobre o processo, o Assis tem condições de responder. Hoje, o Assis está integrado via nuvem com o PJE. Então, o PJE roda numa nuvem, nosso Assis roda em outra nuvem. E nós temos uma aplicação que faz a intercomunicação dessas duas nuvens para que o Assis possa ir diretamente buscar os dados do processo lá no PJE.”
Alberto Republicano explicou, ainda, que o projeto do Assis – 2º grau ainda não está concluído. Dessa forma, nesta primeira fase, a ferramenta tem capacidade, apenas, para redigir relatórios.
“Em uma segunda fase, já próxima, o Assis – 2º grau será capaz de elaborar as minutas de acordos já sob a ótica da resolução do CNJ, que traz uma formatação previamente estabelecida. A ideia do Assis é trazer uma experiência customizada, ou seja, ele vai seguir o padrão de escrita e de redação do magistrado, do primeiro grau, assim como, do segundo grau. O Assis foi construído para que ele possa ser um reflexo no juízo do desembargador, no resultado que ele vai apresentar naquela minuta.”
Segundo o juiz, a ferramenta, quando estiver em pleno funcionamento, poderá representar uma economia de quase 3 milhões de horas de trabalho, por ano, para o Tribunal.
Quando o Assis estiver disponibilizado para todos os juízes de 1º grau e desembargadores do 2º grau, se significar uma economia de duas horas por dia, em relação ao trabalho realizado, isso equivaleria, por ano, a 1.506 pessoas a mais trabalhando nos quadros do Tribunal de Justiça. Isso representaria quase 3 milhões de horas de trabalho economizadas por ano, se levarmos em consideração a economia de apenas duas horas por dia”, ressaltou.
Ao final da apresentação, o presidente do TJRJ, desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo, agradeceu o empenho de toda a equipe envolvida no desenvolvimento da ferramenta.
“O Assis – 2º grau ainda não está concluído. Por isso, nós hoje só temos ultimado até a fase de relatório, que já é muita coisa e vai nos auxiliar bastante. O Assis – 1º grau já está em uso e é importante frisar que tivemos essa preocupação ética nos workshops que estão sendo ministrados aos juízes, com a preocupação em mostrar que não é só apertar ali uma tecla e sair uma sentença. O juiz continua com o pleno controle de todo o processo. E eu fico muito satisfeito por cumprir a minha missão nessa área que prometi entregar ao tribunal na minha gestão. Muito obrigado a toda a equipe.”
JM/FS
Fotos de Brunno Dantas e Rosane Naylor